Esporte de raquete mais praticado no mundo, modalidade está em ascensão no Brasil
Se você está em busca de um esporte para exercitar o corpo e a mente, o badminton pode ser uma boa opção. Bastam alguns minutos rebatendo a peteca para se encantar com o desafio de não deixá-la cair no chão. E bastam algumas partidas para descobrir todos os benefícios que ele pode te trazer.
Esporte de raquete mais praticado no mundo, o badminton é uma das modalidades esportivas que mais cresce no Brasil hoje. Semelhante ao tênis e ao vôlei de praia, pode ser disputado de forma individual ou em duplas. É jogado com raquetes e em vez de uma bolinha, o objeto a ser rebatido para o outro lado da rede é uma peteca. As raquetes e as petecas são superleves – a peteca pesa apenas 5g – por isso, a modalidade pode ser praticada até mesmo por crianças.
As regras são simples, mas as disputas são acirradas. Ganha o ponto quem fizer a peteca cair na quadra do adversário. As partidas são disputadas em três sets de 21 pontos cada. Como a peteca é muito leve e voa muito rápido – em jogos profissionais pode atingir até 300 km/h – os jogos são ultradinâmicos e movimentados.
De acordo com o técnico do Recreio da Juventude/Murialdo e da Seleção Brasileira de Surdos, Noeslem Lima, o badminton é um jogo muito divertido. Mesmo nas partidas profissionais, os atletas têm momentos de descontração. Ele se declara um apaixonado pela modalidade. Depois de atuar em outros esportes, conheceu o badminton em 2012, na Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Caxias do Sul (SMEL). Desde então, fez das raquetes e petecas a sua profissão.
“O badminton é um esporte democrático. Ele aceita o alto, o baixo, o magro, o gordo, o forte, o fraco. Tem espaço pra todo o mundo. É um dos únicos esportes que jogam homem e mulher juntos. Não é só força, tem que ter jeito”, explica.
O gosto pela modalidade faz Noeslem incentivar outras pessoas a praticarem o esporte. Uma das pessoas que foram apresentadas às petecas por ele foi a professora Márcia dos Santos Opilhar, de 55 anos. Desde o ano passado ela se dedica ao badminton pelo menos uma vez por semana e já se arriscou em competições.
As competições nos dão gás, nos levam a superar nossos limites e nossas falhas, são alavancas para continuarmos treinando”, afirma Márcia.
Márcia lista com facilidade os benefícios do badminton para o corpo e a mente: melhora da aptidão física, desenvolvimento de habilidades motoras, agilidade, aumento do tônus muscular e redução da ansiedade e do estresse. Mas o principal deles e o que a faz recomendar a modalidade são os momentos de convivência e descontração entre os atletas.
“O tempo dedicado ao esporte renova a alma e recarrega as energias do corpo. Além disso, a família badminton adora encontros que são sempre motivos de muita conversa, risadas e trocas. Todos são muito bem recebidos e quem chega não sai mais”, afirma Márcia.
O badminton em Caxias do Sul
O badminton começou a ser praticado em Caxias do Sul em 2012, mas em 2016 começou a colecionar resultados expressivos, principalmente devido à chancela da Confederação Brasileira de Badminton (CBBd), que credenciou a cidade como pólo formador do estado com a criação do Centro de Formação em Badminton Murialdo. O Centro é referência no Rio Grande do Sul e um dos quatro maiores do país.
Desde 2016, mais de 1500 crianças foram atendidas para a formação e disputa de competições. Entre as conquistas estão um primeiro e um terceiro lugar em sul-americano, mais de 50 medalhas nacionais e 300 estaduais, além da liderança do ranking nacional.
A cidade já sediou duas etapas do Campeonato Brasileiro Interclubes (CBI) da modalidade. Ambas foram realizadas no Recreio da Juventude. A primeira aconteceu em fevereiro de 2022, reunindo 290 atletas, dos 11 aos 19 anos; a segunda, em abril deste ano, com a participação de 400 atletas.
História
O badminton foi criado no século XIX na Inglaterra, inspirado num jogo praticado na Índia, o poona. No Brasil, a primeira partida oficial foi disputada em São Paulo, no início da década de 80. A modalidade fez a sua estreia em olímpiadas em Barcelona, em 1992.