O nível de desenvolvimento motor das crianças pode ser observado nas brincadeiras do dia a dia. Quando falamos em habilidade de estabilização em crianças, por exemplo, a primeira coisa que nos vem à cabeça é o equilíbrio, o ficar em um pé só, o plantar bananeira. Mas temos também o rolamento, a famosa cambalhota. Todo mundo sabe virar cambalhota, né? Não, nem todo mundo sabe virar cambalhota.
Cada um tem um jeito de virar cambalhota. Mas o que a gente mais percebe e pode ser perigoso para as crianças é o virar a cambalhota fazendo o apoio corporal apenas sobre a cabeça. No estágio elementar, as crianças suportam o peso corporal totalmente na cabeça. A ideia é que elas completem o rolamento sem encostar a cabeça no chão e consigam completar mais de um rolamento na sequência. Isso vamos conseguir no estágio maduro, por volta dos 8 aos 9 anos de idade, dependendo do estímulo que essa criança vai receber.
E como fazemos para chegar no estágio maduro de desenvolvimento? A primeira coisa é entender se a criança consegue firmar bem as mãos, se tem um lado que ela consegue apoiar melhor no chão. Tentamos deixar o mais simétrico possível. Depois vamos para a impulsão, conseguir fazer o movimento de impulsão com os pés e as pernas. Para isso, utilizamos uma rampa inclinada, favorecendo o rolamento da criança, ou uma base superior onde ela vai colocar os pés e apoiar as suas mãos no chão, facilitando assim a impulsão.
É importantíssimo lembrar que, ao executar o rolamento, para não ter nenhum problema na coluna cervical, é preciso que a criança esteja com o queixo colado no peito. Iniciamos da seguinte maneira: faz o sapinho, mão firme no chão, queixo no peito, olha para o bumbum e executa o rolamento.
A prática de atividades físicas é imprescindível em todas as etapas da vida. Na infância, ela faz toda a diferença para o bom desenvolvimento da criança. Estas atividades devem ser em forma de brincadeiras, as quais irão impactar diretamente no fortalecimento dos ossos, músculos e articulações; na melhora da postura e equilíbrio; no aumento da autoestima; na redução de quadros de obesidade e depressão; na melhora da cognição, do desempenho motor e escolar e do comportamento social.