Há muito que o envelhecimento deixou de ser visto como a etapa da vida para a solidão e o recolhimento. É na melhor idade que o convívio social e a atividade física regular se tornam ainda mais importantes, pelos inúmeros benefícios que proporcionam ao corpo e à mente. Ter uma melhor idade ativa é sinônimo de saúde.
Independentemente da idade, as necessidades psicológicas e sociais do indivíduo permanecem [1]. Portanto, é viável afirmar que o idoso almeja manter suas relações sociais, participar dos eventos socioculturais e momentos de lazer da comunidade. E melhor ainda se entre as atividades cotidianas dos mais experientes estiver incluída uma rotina de exercícios físicos e esportes.
Segundo Ueno [2] a participação em um programa de atividade física regular ajuda a retardar o declínio da capacidade funcional. Três modalidades de atividades físicas – dança, musculação e atividades aquáticas – se destacam na melhora da capacidade funcional dos idosos, se forem praticadas de forma regular, sistemática e bem orientada. Elas são consideradas muito eficazes para a manutenção dos componentes da saúde dos idosos.
O exercício planejado, estruturado e repetitivo, atua no aumento ou na manutenção da saúde e da aptidão física. [3][4] A prática de exercícios físicos reduz o risco da mortalidade por doença cardiovascular, hipertensão e diabetes, além de trazer benefícios para a saúde mental e cognitiva, para o sono e para a memória. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 300 minutos de atividade física semanal para combater os riscos de sedentarismo.
Podemos destacar ainda a importância dos jogos, que funcionam como uma ginástica para o cérebro e estímulo à capacidade cognitiva, além de, certamente, proporcionarem momentos de diversão e boas risadas. Segundo Piaget [5] “os jogos com regras são a atividade lúdica do ser socializado”. Por meio dos jogos, os indivíduos utilizam suas inúmeras habilidades, sejam elas motoras ou psíquicas, e tornam-se conscientes das suas decisões, exercitando a criatividade, interagindo com as diferenças e trabalhando as parcerias, o que irá contribuir para o estabelecimento de afinidades e trocas de experiências.
[1] SIQUEIRA, M. E. C. Teorias Sociológicas do envelhecimento. Rio de Janeiro, 2002.
[2] UENO, L. M. Influência da atividade física na capacidade funcional: envelhecimento. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Pelotas, v. 4, n. 1, p. 57-68, 1999.
[3] C J CASPERSEN, K E POWELL, G M CHRISTENSON. Physical activity, exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Boston, 1985.
[4] COLBERG et al. Physical Activity/Exercise and Diabetes: A Position Statement of the American Diabetes Association. Tate, D.F., 2016.
[5] PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. 3ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.